Mude Seus Hábitos
Assim
como diversas outras palavras, hábito é um termo que nunca esteve tão na moda.
Quem nunca ouviu frases do tipo "Fumar é hábito", "Hábitos de
pessoas de sucesso", "É a força do hábito"?
Checar
o celular assim que acorda, beber café pela manhã, colocar o cinto de segurança
ao entrar no carro, comer a salada antes do prato principal, todos são exemplos
de hábitos. Alguns hábitos são extremamente saudáveis, como lavar a mão após ir
ao banheiro. Outros apresentam algum risco, como falar ao celular enquanto
dirige. Já alguns são extremamente nocivos, como fumar (se é que fumar
realmente é um hábito).
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O
fato é que todos nós possuímos hábitos, sejam eles bons ou ruins. Mas você sabe
o que são verdadeiramente os hábitos e como estes hábitos podem impactar
positiva ou negativamente nossa vida? E sobre abandonar hábitos ruins e criar
novos hábitos, sabe como isso deve ser feito? Na sequência, serão apresentadas
algumas reflexões com o objetivo de responder a estas e outras perguntas.
O que São Hábitos?
Quando
analisados a etimologia da palavra hábito, isto é, seu surgimento e
significado, descobrimos que ela significa "possuir" e
"ter". Dessa maneira, e de acordo com a filosofia, podemos conceituar
o hábito como a "capacidade de preservar as modificações recebidas".
Mas será que o hábito responde somente esta capacidade?
Se
aceitarmos a definição de hábito exposta acima, estamos aceitando por tabela
que o hábito não é algo que a pessoa é capaz de criar, já que ela o recebe
pronto e só o conserva, e isso não é verdade. Todos nós sabemos, mesmo que de
maneira inconsciente, que o hábito é algo que nos dá facilidade em agir. Por
exemplo, ao entrar no carro você não fica pensando no porquê de colocar o cinto
de segurança, você simplesmente o coloca, e isto é um hábito. Dessa forma,
podemos elaborar uma segunda definição para hábito: uma competência adquirida
que nos permite facilidade na execução de determinadas tarefas.
Portanto,
e levando esta definição de hábito ao extremo, de acordo com a filosofia o
hábito pode ser divido em três grandes grupos: os hábitos intelectuais, ligados
diretamente ao conhecimento; os hábitos motores, ou seja, a execução de tarefas
como andar de bicicleta, escrever e dirigir de forma automática; e os hábitos
morais, que dizem respeito aos vícios e virtudes do indivíduo.
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O papel do hábito em nossas vidas
Pode-se
dizer que o hábito tem três grandes finalidades. São elas o:
Desenvolvimento
É
através do hábito que nos desenvolvemos. Pense, por exemplo, em uma criança que
está sendo alfabetizada. Ela certamente tentará ler tudo o que está à sua
volta, como outdoors, placas, linhas de ônibus, escritos em roupas, etc., pois
é somente através da leitura que a criança aprenderá a ler e a escrever, o que
indica que esta curiosidade pela leitura é um hábito;
Diminuição da consciência
Vamos
usar aqui um dos exemplos já dados, o do cinto de segurança. Ao entrar no
carro, não fazemos reflexão sobre o porquê do uso do cinto de segurança, nós
apenas o colocamos. É neste sentido que se pode falar em diminuição da
consciência, que até certo ponto é boa. Imagine escolher entre colocar ou não
cinto de segurança baseado na probabilidade de um acidente ocorrer. Essa
consciência excessiva pode acabar sendo perigosa;
Reforço de necessidades
É da natureza dos hábitos reforçar as
necessidades ligadas a ela. Por exemplo, se uma pessoa tem o hábito de ler, a
demanda por materiais de leituras novos como artigos de internet, livros,
revistas e jornais será uma constante. Se uma pessoa é fumante, sua necessidade
por ter o cigarro sempre junto a ela e fumar periodicamente também é uma
constante. Por isso podemos dizer que o hábito reforça as necessidades.
Dessa
maneira, os hábitos são fundamentais em nossa vida, e este é um dos motivos de
ser tão difícil abandonar maus hábitos e adotar bons, como ficará mais claro na
sequência.
Adoção e abandono de hábitos
A
criação de hábitos depende de três grandes condições. A primeira dessas
condições é as biológicas. O hábito é, em si, um meio de enganar nossas próprias
limitações. Por exemplo, a capacidade de domínio de línguas e aquisição de
linguagem não é uma determinação biológica - se uma criança for criada em um
ambiente que não há uso da linguagem, ela não adquirirá a linguagem, pois ela é
uma construção do homem, e não da natureza.
A
segunda condição é fisiológica. Por exemplo, estabelecer horários para as
refeições é um hábito determinado fisiologicamente, pois conseguimos controlar
nossa fome até os horários estabelecidos. A terceira e última condição é a
psicológica, cujo maior exemplo é sem dúvida os hábitos relacionados à
aprendizagem.
O
abandono de hábitos também obedece a condições. A primeira é a abstenção, ou
seja, o não cumprimento de hábitos como os de um fumante tentando parar que se
abstém de carregar cigarros e isqueiro consegue. A segunda é a substituição,
que se baseia na troca de um hábito por outro, como ao invés de se jogar no
sofá ao chegar do trabalho colocar a guia no cachorro e sair para um passeio.
Tudo
o que foi dito até agora foi para dar consciência do esquema de funcionamento
dos hábitos, o que com certeza torna mais fácil o abandono de hábitos
prejudiciais e adoção de hábitos saudáveis.
Em
termo de adoção de hábitos, motivação e repetição são essenciais. Uma boa dica
é criar um plano de ação, anotando o hábito que se quer adotar, os benefícios
do mesmo e obstáculos em sua adoção. Por fim, faça um plano de quê e como você
deverá fazer para alcançá-lo.
O
abandono de hábitos é mais difícil, pois além de todo o condicionamento exposto
mais acima, a vontade consciente de mudar é mais fraca quando comparada ao
inconsciente da repetição automática. Por isso, a substituição é mais
interessante. Por exemplo, ao invés de abster do hábito de fumar, troque-o por
outro mais saudável, como praticar uma técnica de respiração ou conversar com
alguém sempre que sentir a necessidade de fumar.
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