Dormir
bem, na medida certa para nosso organismo, pode nos livrar de uma série de
problemáticas durante o dia posterior – falta de concentração, cansaço, fadiga,
depressão e principalmente ansiedade. Nos EUA, a Fundação Nacional do Sono
dedicou-se recentemente a 320 diferentes pesquisas para ‘atualizar’ a
recomendação diária de sono com base em cada faixa etária. Até mesmo as
indicações para os pequenos bebês foram atualizadas.
Vamos
conhecer um pouco mais sobre o sono normal e suas principais particularidades?
Sono normal
Padrões de sono
Claramente,
o padrão mais alto de sono é em relação aos recém-nascidos – os recém-chegados
ao mundo precisam dormir entre 14 a 17 horas diárias. Já os bebês com 4 a 11
meses devem passar entre 12 a 15 horas do dia dormindo.
Quanto
mais a idade vai aumentando, menor é a necessidade do sono. O padrão de sono
para crianças com um a cinco anos de idade é de 10 a 14 horas de sono, enquanto
dos seis aos treze anos, a recomendação diminui para 9 a 11 horas.
Já
os adolescentes, com idade de 14 a 17 anos, precisam dormir entre 8 a 9 horas
por dia para estarem com a saúde em dia. A partir de então, a recomendação para
adultos com idade entre 18 a 64 anos é de 7 a 9 horas de sono. Na terceira
idade, ou melhor, a partir dos 65, a recomendação diminui para 7 a 8 horas.
Sono REM
Uma
das fases mais conhecidas – e também mais misteriosas – do sono é a REM. Isso
porque é durante ela que temos os sonhos.
O
nosso sono é dividido em duas diferenciadas fases – a fase REM – Movimento
Rápido do Olho e a fase NREM – Movimento Não-Rápido dos Olhos.
A
fase REM é a que vem logo após a NREM e é responsável por cerca de 25% do tempo
que descansamos. Sua principal característica consiste no fato de que é durante
ela que a atividade cerebral é intensa, motivo pelo qual os sonhos acontecem
aqui. Essa fase torna-se então fundamental para nosso bem-estar, tanto
emocional como físico.
Funções do sono
Dormir
é uma atividade tão rotineira e natural que muitas vezes nem pensamos nos
motivos pelos quais precisamos adequá-la em nosso dia a dia.
De
uma forma geral, a principal razão para dormirmos é porque, durante este
período, o nosso cérebro descansa das atividades externas e realiza algumas
funções ‘inativas’.
Enquanto
ainda somos crianças, o sono tem o objetivo de maturar o nosso sistema nervoso
central. Além disso, do início ao fim da vida, o sono é importante para a
reposição energética. É também neste período que a transposição da memória
temporária para a permanente ocorre, ou seja, quando armazenamos o ocorrido de
um dia para sempre – ou não.
Isso
tudo é possível uma vez que o nosso cérebro se desliga completamente do que é
externo durante as horas que dormimos. Além disso, ele também aproveita para
reparar possíveis lesões que podem surgir, o que viria a complicar a atividade
cerebral.
Necessidade do sono
E
afinal, o que é que nos obriga a dormir?
A
resposta é simples: a nossa própria estrutura fisiológica e anatômica cerebral.
Assim como qualquer outro tipo de ‘máquina’, o organismo também é uma delas – e
por isso, precisa parar às vezes para descansar.
Porém,
sabe-se também que esse descansar é contraditório, uma vez que é quando nosso
exterior ‘descansa’, ou seja, a nossa estrutura corporal, que o nosso cérebro
mais trabalha.
Ritmo sono vigília
O
ritmo de sono vigília nada mais é do que a dificuldade para dormir, ou então,
de se manter acordado em alguns ambientes. Esse transtorno geralmente resulta
em distúrbios do sono, como é o caso da insônia, narcolepsia, apneia do sono e
outros. Que tal conhecermos um pouco mais sobre eles?
Transtornos do sono
Insônia
A
insônia nada mais é do que um distúrbio do sono persistente e que,
consequentemente, é capaz de prejudicar a capacidade do indivíduo de adormecer,
ou então, de continuar dormindo a noite toda.
Indivíduos
com insônia geralmente já dão início ao dia com o sentimento de fadiga ou
cansaço, além de estarem constantemente com falta de energia e mau humor. Neste
sentido, vale destacar que a insônia é capaz de afetar não só a vida pessoal do
indivíduo, como também o seu desempenho acadêmico, profissional ou até mesmo em
seus relacionamentos.
As
principais causas para a insônia são estresse, depressão, ansiedade e até mesmo
algumas condições médicas, como a dificuldade para respirar ou doenças tais
como o Alzheimer, Parkinson, doença pulmonar, insuficiência cardíaca, câncer e
distúrbios da tireoide. Além disso, maus hábitos de sono, o uso de alguns
medicamentos e consumo exagerado de bebidas com cafeína e/ou álcool também
podem agravar o distúrbio.
Síndrome das pernas inquietas
Já
a síndrome das pernas inquietas também é um distúrbio do sono, porém, é uma
condição diferente da insônia, especialmente por ser neurológica. Neste caso, a
pessoa tem uma vontade incontrolável de mover as pernas, fazendo isso de modo
constante e involuntário – principalmente na hora de dormir, o que afeta
diretamente a qualidade do sono.
Ainda
não há qualquer tipo de estudo que defina com precisão quais são as causas para
a síndrome das pernas inquietas, porém, acredita-se que ela esteja atrelada a
algum tipo de desequilíbrio da quantidade de dopamina em nosso cérebro, ou
seja, a substância responsável por controlar os principais movimentos dos
nossos músculos.
Já
os fatores de risco para desenvolvimento dessa condição são: hereditariedade,
gestação, obesidade, consumo de álcool ou bebidas com cafeína, privação do
sono, doenças de caráter crônicas, medicações de doenças psiquiátricas e
anemia.
Apneia do sono
A
apneia do sono é caracterizada como um distúrbio do sono mais grave do que
quando em comparação com os anteriores, uma vez que ela implica na parada e
recomeço da respiração durante alguns estágios do sono.
Segundo
o próprio Ministério da Saúde, cerca de 33% dos brasileiros sofre deste
distúrbio do sono, sendo a condição dividida em dois estágios:
1.
Apneia obstrutiva do sono – mais comum, ela
acontece quando os músculos da região da garganta relaxam demais durante o
sono. E, quando isso ocorre, nossas vias respiratórias acabam se fechando, o
que acaba impedindo que a nossa respiração seja adequada.
2.
Apneia do sono central – já esse tipo de
distúrbio é menos comum e um pouco mais grave, uma vez que ela reflete na
incapacidade do cérebro de transmitir sinais para os músculos responsáveis pela
respiração. Sendo assim, a pessoa que sofre desse tipo de apneia pode
frequentemente acordar com falta de ar, além de sentir dificuldades para voltar
a dormir ou para manter o sono.
Narcolepsia
A
narcolepsia é um distúrbio de sono ‘ao contrário’: isso porque ele consiste na
sonolência em excesso por parte do indivíduo (mesmo durante o dia), além de
frequentes ataques de sono, mesmo quando a pessoa teve uma boa e completa noite
de sono.
Os
ataques de narcolepsia podem ocorrer de modo repentino e a qualquer hora do dia
– até mesmo nas mais inusitadas situações, como quando você está dirigindo, em
consultas médicas ou em um happy hour com os amigos.
Geralmente
a narcolepsia ocorre em dois estágios da vida: após os 50 anos de idade e no
final da fase da adolescência. Além disso, processos infecciosos e fatores
genéticos também podem estar atrelados à condição.
Síndrome de Klein-Levin
A
síndrome de Klein-Levin é uma enfermidade rara e que costuma se manifestar no
início da adolescência ou da vida adulta.
A
pessoa com a doença sofre alguns períodos de crise em que pode passar longos
períodos dormindo, entre 1 a 3 semanas. Cada ‘período de sono’ varia entre 17 a
até 22 horas seguidas, e, assim que acorda, o indivíduo continua a se sentir
sonolento, o que o faz retornar ao sono logo em seguida.
Além
disso, indivíduos com a síndrome de Klein-Levin também costumam acordar
extremamente irritados e comendo de modo compulsivo. A agitação e até mesmo
episódios de hipersexualidade também são comuns, principalmente entre os
pacientes do sexo masculino.
Parassonia
Já
a parassonia nada mais é do que um distúrbio do sono caracterizado por
movimentos involuntários e anormais durante o período de sono. Isso faz com que
o indivíduo cause interrupções no que viria a ser o seu padrão saudável de
descanso.
Sendo
assim, a parassonia tem como principal consequência a sonolência, assim como o
cansaço e a fadiga constantes – mesmo no trabalho, faculdade ou realizando
outras tarefas do cotidiano. O indivíduo que sofre desse distúrbio também
costuma ter um menor desempenho físico e cognitivo durante o dia, mantendo-se,
por vezes, ‘desligado’.
Existem
vários tipos de parassonias, sendo as mais comuns classificações:
o
Despertar confusional – quando o indivíduo
acorda totalmente assustado e desorientado;
o
Sonambulismo – agir e realizar tarefas mesmo
antes de ter despertado;
o
Terror noturno – geralmente caracterizado por
muita ansiedade e pesadelos frequentes;
o
Paralisia noturna – quando o indivíduo
acorda, mas não consegue mover-se completamente.
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